segunda-feira, 14 de junho de 2010

Karl Marx

Karl Marx é um pensador político que analisa o desenvolvimento mundial no início do século XX. Ele inicia seus estudos observando o momento em que a sociedade passou dos feudos aos burgos, ou seja, o momento da ascensão da burguesia. A partir daí, estuda o capitalismo em todas suas etapas.
Marx explica o enriquecimento dos proprietários do meio de produção pela mais valia, valor ganho pelo proprietário sob o trabalhador. O fator que possibilita esse processo é a divisão do trabalho, que aliena o operário e gera lucro.
Também fala sobre o capital gasto e produzido pelo operário, o que chama de capital variado, e o capital gasto e produzido pela empresa, o que chama de capital constante. Marx observa que ao investir-se em capital constante, o proprietário terá mais lucro e menos trabalhadores para pagar. É nesse momento que Marx vê um dos possíveis fins do capitalismo.
Marx acredita que o capitalismo chegará ao ser fim a qualquer momento, pois considera seu sistema falho e injusto. Desse ponto, ele prevê três possíveis formas disso acontecer. A primeira delas seria quando todas as empresas falissem por excesso de produtos produzidos e nenhum mercado consumidor porque grande parte dos trabalhadores estaria desempregada substituída pelo capital constante.
A segunda teoria de Marx fala sobre um estado de extrema miséria, quando toda a população pegaria em armas para fazer uma revolução contra a injustiça. E a terceira delas é essa mesma revolução dos operários, mas feita porque eles percebem a injustiça, e não pela miséria.
Para alcançar seu objetivo de desenvolver a política entre os trabalhadores, Marx lança o manifesto comunista, o qual tenta apresentar aos trabalhadores a falta de justiça exercida pelo sistema capitalista e levarem-os à revolução. No manifesto, Marx não critica o trabalho, mas a comercialização dele, o que ele chama de exteriorização. Fala também sobre o direito de greve, o qual ele diz ser necessário para que os proprietários saibam da consciência do operário sobre sua exploração.
Após o fim do capitalismo, realizado por um Revolução Proletária, Marx defende um período de ditadura do proletariado, onde todos se acostumariam com o novo modo de viver. Nesse momento ainda precisaria de um governo forte para manter o socialismo, então Marx põe os operários nesse poder. Depois desse período, não precisaria mais de um governo, pois todos já teriam visto as qualidades do socialismo e da ausência de proprietários e lucros. Chegaríamos, então, ao comunismo, onde há uma socialização da riqueza e uma abundância à toda a população.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Liberdade segundo Locke, Rousseau e Stuart Mill

Segundo Locke, a liberdade assim como a vida e a propriedade são direitos naturais do homem e o estado de natureza por si só já é uma sociedade constituída. Locke prega o contratualismo, mas não vê o contrato de soberania com a função constituir uma sociedade, mas sim eleger um “líder” que assegure a preservação dos direitos naturais do homem, já que em estado de natureza todos os homens são livres e iguais, mas nem todos agem com boas intenções.
Em determinados momentos uns passam a interferir nos direitos naturais dos outros saindo do estado de harmonia que é o estado de natureza e gerando um estado de guerra onde todos estão contra todos e não há quem julgue o certo ou o errado. Portanto há necessidade de um estado para que sejam conservados e assegurados os direitos naturais e se mantenha a ordem.
Rousseau vê o estado de sociedade como causa da desigualdade entre os homens, para ele o estado de natureza não deveria ser alterado e é a interferência no modo simples de se viver do homem, que gera conflitos - contradizendo a visão de Locke -. Em estado de natureza todo homem é livre e igual – princípios básicos a serem respeitados –, ele pode satisfazer todos seus desejos sem gerar conflitos com outros homens, justamente por viver em estado de equilíbrio com a natureza. Para Rousseau neste estado todo homem é bom e não conhece o conceito de propriedade, é o surgimento da idéia de posse sobre algo ou alguém – que gera a desigualdade entre os homens - o grande marco da passagem do estado de natureza para o estado de sociedade, que é o grande corruptor do homem – pensamento que lhe faz discordar mais uma vez de Locke que incluía a propriedade como um dos direitos naturais -.
Stuart Mill se diferencia destes autores ao dizer que: a liberdade não faz parte do estado de natureza ou é um dos direitos naturais do homem, mas sim um dos "frutos" do que ele chamava: "o princípio da maior felicidade", ou seja o dever do estado seria prezar pela maior felicidade de do maior número de pessoas. Para que isto fosse possível ele deveria propiciar segurança para que os indivíduos pudessem ir em busca de seus interesses de um modo indepêndente. Stuart Mill defende um governo representativo e periódico o que estabeleceria uma suposta igualdade social, além de garantir a liberdade dos indivíduos e evitar que os governantes abusassem do poder depositado sobre eles. Somente um bom governo poderia propiciar a liberdade que é o ponto de partida para que o homem passe a buscar seus próprios interesses. A sociedade pra Mill é um conjunto de vontades individuais, e é justamente a competição e os conflitos gerados entre os homens pela busca de seus interesses que propiciam o bem comum.
A liberdade só deveria ser estendida a sociedades e indivíduos que a encontrassem como forma de crescimento. A condição de liberdade de um homem, e esta tal busca pelos próprios interesses ou qualquer ato não deveriam interferir nesta mesma condição de outro homem - como o exemplo da escravidão, que é vista como algo ilegal por Mill -, sendo assim não haveria motivos para punições, caso contrário o homem que descumprisse esta regra deveria arcar com as consequências de seus atos perante a sociedade, sustentando a idéia de que um homem sempre iria optar pela opção que não o prejudicasse.
Estes três pensadores trazem a liberdade como instrumento de organização de um grupo de pessoas, discordam entanto quando determinam ou defendem as circunstâncias onde se deve conservar ou reprimir a liberdade dos indivíduos. Locke vê a liberdade como motivo de conflito em estado natural já que não há quem estabeleça limites ou conserve os direitos naturais do indivíduos - incluindo a própria liberdade -.Rousseau contradiz Locke afirmando justamente que a liberdade promove o equilíbrio do indivíduo com o estado de natureza e a interferência neste estado de harmonia é que gera conflitos. Enquanto Mill diz que a liberdade é inexistente em tal estado, mas é um bem que deve ser proporcionado e garantido aos indivíduos pelo estado.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O caso israelense aos olhos de Hobbes

Os constantes conflitos entre israelenses e palestinos podem ser justificados pelo instinto humano à sobrevivência, levando o homem ao ataque. A explicação para a ocorrência desses conflitos se baseia na teoria do filósofo e teórico político Thomas Hobbes. Segundo Hobbes, o homem vive em um Estado de Natureza. O motivo pelo qual a raça humana parte para guerrear seria a inexistência de regras nesse Estado, gerando uma tensão permanente.
No caso israelense e palestino o conflito se acentuou e passou a ter grande repercussão mundial com a criação do Estado de Israel em 1948. De acordo com Hobbes, nesse momento o contrato social é firmado, saindo do Estado de Natureza e criando a sociedade e o Estado. No contrato os homens abrem mão do seu direito à liberdade irrestrita. A lei, criada pelo soberano (governo israelense), passa a limitar o direito à liberdade.
Como os palestinos nunca concordaram com a criação de um governo israelense em um território considerado seu, eles criaram um “Estado dentro de um Estado”. Esse “Estado”, a Autoridade Nacional da Palestina (ANP), é acusada por Israel de não se esforçar para combater os atos terroristas. Segundo a teoria de Hobbes, os atos dos grupos considerados terroristas têm como objetivo causar o medo que é uma forma de manutenção do poder. Com isso, o Hamas, organização palestina que atua nas áreas de política assistência social e militar, se impõe sobre o Estado israelense tentando mostrar o seu poder. Então, esse grupo acusado de ser terrorista, tenta impor os seus objetivos através do medo físico. Por último, se o homem contemporâneo levasse com todas as letras a teoria de Hobbes, o Hamas não precisaria justificar com argumentos as suas decisões.
Ao longo da existência do Estado de Israel ele enfrentou inúmeras guerras como a Guerra dos Seis Dias. O conflito opôs Israel e os países árabes, os quais defendiam a destruição de Israel. A justificativa para a guerra, segundo Hobbes, é que o equilíbrio tende a ser desfeito porque como os homens os Estados buscam honra e glória. A guerra é um fator de organização social. No momento que se declara guerra, indivíduo se une com outros que tenham o mesmo inimigo em comum. No caso israelense os palestinos se uniram com os países árabes: Egito, Jordânia e Síria. A existência de um inimigo comum torna possível assemelhar-se aos indivíduos parecidos, formando uma união política.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Colaboradoras

Apresentando as colaboradoras desse blog:

Cristiane Nunes


Emilia Drivas


Gabriela Meschini


Luccianna Ferreira


Marilia de Lucca


Patricia Carvalho


Vanessa Khouri

Verdade e política através dos tempos

Durante todo decorrer histórico vemos a inerente necessidade humana de constituir uma idéia concreta que defina o ambiente em que está imerso, o sentido de sua existência, os acontecimentos, os sentimentos, e muitos outros aspectos que rodeiam a vida dos indivíduos. ssa busca pela verdade influencia a atividade política. Na Grécia antiga temos Sócrates condenado por induzir o questionamento à população, o que não era bom para as autoridades.Também têm Platão e Aristóteles apoiando o governo uno de um filósofo, que por conhecer a verdade não se tornaria um tirano, teoria que gerou um grande líder, Alexandre, O grande, responsável pela expansão da cultura helenística através de sua campanha de não imposição de elementos não pertinentes aos povos conquistados evitando, desse modo, rebeliões e rejeição da cultura do dominador.

Durante a Idade Média a filosofia assume outra face. Pela oficialidade do cristianismo ela se volta para tentar provar os dogmas religiosos e as concepções cristãs. Autores e estudiosos retomam as teorias de filósofos gregos a fim de adequá-las às suas convicções. Sto. Agostinho e Tomás de Aquino se utilizaram da teoria aristotélica de potência e ato para afirmar que o homem tem a potência de ser bom. Mas enquanto o primeiro afirmava que o ato da fé era natural do homem e este revelava sua bondade, sem esse ato a alma do homem era condenada ao inferno, Tomás de Aquino dizia que o ato deveria ser guiado por um mestre que sabia mais do que os outros, ele cria uma hierarquia na educação, que era somente religiosa e não científica, baseada em doutrinas. A predestinação e a hierarquia extrema geravam uma intensa imobilidade social e consequente estabilidade do poder. Até ese momento histórico nota-se a intolerância para com idéias minoritárias.

Após reformas e contra-reformas religiosas a visão de filosofia dissociada da fé religiosa volta à tona com Descartes. Ele afirmava que a fé não poderia guiar uma ciência corretamente. Pregava que era preciso separar os elementos de um todo para poder se estudar a fundo cada um deles e chegar à verdade. Nesse ponto surgiram as ciências. A partir daí tudo começou a ser estudado a partir dos pensamentos e observações humanos, o que caracterizou o início da transição do teocentrismo para o antropocentrismo. A partir daí o homem tem muito mais autonomia em relação ao Estado, pois esse não detém mais a verdade de Deus e está sujeito a errar também, já que é humano. Assim os governos ocidentais passam a ter um outro caráter e uma outra relação com a verdade.

É possível dizer, então, dizer que a verdade que o homem busca alimenta suas decisões e convicções no campo político. Até hoje a verdade tem um papel importante na nossa atividade. Não pode-se dissociar os anseios do homem com sua realidade.
Na pós-modernidade acredita-se que não se pode enxergar a verdade olhando-se para setores isolados de um organismo ou instituição ou fadando indivíduos a metanarrativas totalizantes. Há tanta diversidade no mundo que a única maneira de se chegar um pouco mais perto da verdade é aceitando que ela não existe em absoluto. Ao respeitar verdades múltiplas e opiniões divergentes é possível gerar debates, diálogos e, usando isso na política, propiciar o bem para muitos sem correr riscos de imposições imperialistas ou ditatoriais a uma população. Somente uma política ampla respeita verdades múltiplas