sexta-feira, 26 de março de 2010

Colaboradoras

Apresentando as colaboradoras desse blog:

Cristiane Nunes


Emilia Drivas


Gabriela Meschini


Luccianna Ferreira


Marilia de Lucca


Patricia Carvalho


Vanessa Khouri

Verdade e política através dos tempos

Durante todo decorrer histórico vemos a inerente necessidade humana de constituir uma idéia concreta que defina o ambiente em que está imerso, o sentido de sua existência, os acontecimentos, os sentimentos, e muitos outros aspectos que rodeiam a vida dos indivíduos. ssa busca pela verdade influencia a atividade política. Na Grécia antiga temos Sócrates condenado por induzir o questionamento à população, o que não era bom para as autoridades.Também têm Platão e Aristóteles apoiando o governo uno de um filósofo, que por conhecer a verdade não se tornaria um tirano, teoria que gerou um grande líder, Alexandre, O grande, responsável pela expansão da cultura helenística através de sua campanha de não imposição de elementos não pertinentes aos povos conquistados evitando, desse modo, rebeliões e rejeição da cultura do dominador.

Durante a Idade Média a filosofia assume outra face. Pela oficialidade do cristianismo ela se volta para tentar provar os dogmas religiosos e as concepções cristãs. Autores e estudiosos retomam as teorias de filósofos gregos a fim de adequá-las às suas convicções. Sto. Agostinho e Tomás de Aquino se utilizaram da teoria aristotélica de potência e ato para afirmar que o homem tem a potência de ser bom. Mas enquanto o primeiro afirmava que o ato da fé era natural do homem e este revelava sua bondade, sem esse ato a alma do homem era condenada ao inferno, Tomás de Aquino dizia que o ato deveria ser guiado por um mestre que sabia mais do que os outros, ele cria uma hierarquia na educação, que era somente religiosa e não científica, baseada em doutrinas. A predestinação e a hierarquia extrema geravam uma intensa imobilidade social e consequente estabilidade do poder. Até ese momento histórico nota-se a intolerância para com idéias minoritárias.

Após reformas e contra-reformas religiosas a visão de filosofia dissociada da fé religiosa volta à tona com Descartes. Ele afirmava que a fé não poderia guiar uma ciência corretamente. Pregava que era preciso separar os elementos de um todo para poder se estudar a fundo cada um deles e chegar à verdade. Nesse ponto surgiram as ciências. A partir daí tudo começou a ser estudado a partir dos pensamentos e observações humanos, o que caracterizou o início da transição do teocentrismo para o antropocentrismo. A partir daí o homem tem muito mais autonomia em relação ao Estado, pois esse não detém mais a verdade de Deus e está sujeito a errar também, já que é humano. Assim os governos ocidentais passam a ter um outro caráter e uma outra relação com a verdade.

É possível dizer, então, dizer que a verdade que o homem busca alimenta suas decisões e convicções no campo político. Até hoje a verdade tem um papel importante na nossa atividade. Não pode-se dissociar os anseios do homem com sua realidade.
Na pós-modernidade acredita-se que não se pode enxergar a verdade olhando-se para setores isolados de um organismo ou instituição ou fadando indivíduos a metanarrativas totalizantes. Há tanta diversidade no mundo que a única maneira de se chegar um pouco mais perto da verdade é aceitando que ela não existe em absoluto. Ao respeitar verdades múltiplas e opiniões divergentes é possível gerar debates, diálogos e, usando isso na política, propiciar o bem para muitos sem correr riscos de imposições imperialistas ou ditatoriais a uma população. Somente uma política ampla respeita verdades múltiplas